Crítica: Ted Bundy: A irresistível face do mal

Reprodução: Reserva Cinéfila

Dirigido por Joe Berlinger, o longa Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal conta a história do famoso serial killer Theodore Robert Bundy sob uma perspectiva diferente. Sem a esperada violência explícita em filmes desse gênero e sem abordar o lado de nenhuma das diversas vítimas do assassino, a narrativa gera certa ambiguidade no papel de Ted, fazendo-nos duvidar de sua culpabilidade. 

Baseado no livro “The Phantom Prince: My Life with Ted Bundy”, escrito pela ex-namorada do assassino, Elizabeth Kendall (Lilly Collins), o filme falha em dar a devida importância para a personagem, que é pouco desenvolvida. Além disso, a relação de Elizabeth com Ted (Zac Efron) é superficialmente construída e as motivações de ambos ficam confusas ao espectador, que não consegue se identificar e criar empatia pelo casal ou pelos personagens individualmente. Com atuações consistentes, mas não memoráveis, o desenvolvimento do carisma do assassino encontra auxílio na trilha sonora que consegue, em momentos, dar dinamicidade à um roteiro sem ritmo. 

Reprodução: Cabana do Leitor

Uma perspectiva diferente sobre um tema, no entanto, não significa uma perspectiva boa ou válida. Dando pouquíssima relevância para as provas contra o personagem e negligenciando suas mais de 30 vítimas conhecidas - crítica também feita à série Conversando com um Assassino: Ted Bundy, do mesmo diretor -, o filme deixa um gostinho amargo para as mulheres de 2019. Apesar de ser bem sucedido em fazer o espectador entender o fenômeno do serial killer, que conquistou fãs e defensores com seu charme e carisma, o filme dá margem para romantização e se perde no seu propósito.

Ficha Técnica:

Filme: Ted Bundy: A irresistível face do mal
Diretor: Joe Berlinger
Data de lançamento: 25 de julho
Elenco: Zac Efron, Lilly Collins, Jim Parsons, John Malkovich
Avaliação: 3/5

Trailer: